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A imaginação apocalíptica: Uma introdução à literatura apocalíptica judaica

Foto do escritor: Estudos Bíblicos e PersasEstudos Bíblicos e Persas

Atualizado: 7 de ago. de 2021


Se alguém me pergunta por onde começar os estudos em literatura apocalíptica judaica, eu certamente vou recomendar um livro que já está há alguns anos nas livrarias do Brasil pela editora Paulus, na coleção Academia Bíblica, trata-se de A imaginação apocalíptica: Uma introdução à literatura apocalíptica judaica (2010), de John J. Collins, com tradução para o português por Carlos Guilherme da Silva Magajewski. Em seguida darei um bom conselho: a leitura do livro bíblico de Daniel e do Apocalipse de João, os mais conhecidos exemplos do gênero apocalíptico na Bíblia.


Em A imaginação apocalíptica Collins apresenta o essencial sobre o tema: concepções, debates, características dos apocalipses e comenta o principal corpus literário do gênero, ou seja, o conjunto de obras apocalípticas mais influentes da antiguidade. A apocalíptica é desenvolvimento da profecia, da sabedoria ou possui matriz babilônica ou persa? Como compreender a linguagem apocalíptica e os seus contextos composicionais e funções literárias?


O autor destaca o trabalho realizado pelo Projeto de Gêneros da Sociedade de Literatura Bíblica (Society of Biblical Literature), publicado em Semeia 14: Apocalypse: The Morphology of a Genre (Semeia 14: Apocalipse: a morfologia de um gênero) de 1979. Este projeto foi responsável por uma sistematização dos textos apocalípticos com a tese de que eles realmente possuem características que os distinguem de outros tipos de textos, como os proféticos.


É também de Semeia 14 a já clássica definição do que é um apocalipse: “um gênero de literatura revelatória com estrutura narrativa, no qual a revelação a um receptor humano é mediada por um ser sobrenatural, desvendando uma realidade transcendente que tanto é temporal, na medida que vislumbra salvação escatológica, quanto espacial, na medida em que envolve outro mundo, sobrenatural”. Dois conceitos importantes estabelecidos em Semeia 14 foram o de “apocalipse histórico” e o de “apocalipse de jornada sobrenatural”. O primeiro tipo tem ênfase nas visões e desenvolvimento da história, já o segundo dá foco às jornadas sobrenaturais e especulação cosmológica. No entanto, não é raro encontrar obras que possuem características de ambos (1 Enoque, Apocalipse de Abraão, entre outros).


Em sua introdução à literatura apocalíptica judaica, Collins leva o leitor a uma jornada ao diverso mundo dos apocalipses, desde os mais antigos como Daniel e 1 Enoque, passando por gêneros relacionados (Oráculos e Testamentos), materiais dos manuscritos do mar morto (Qumran), até os apocalipses do final do primeiro século da era cristã como 4 Esdras, 2 Baruc e o Apocalipse de Abraão. O livro é rico em indicações de fontes e bibliografia.



Referência


COLLINS, John J. A Imaginação Apocalíptica - Uma introdução à literatura apocalíptica judaica. São Paulo: Paulus, 2010.


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