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Iniciação Científica: onde tudo pode começar

Foto do escritor: Estudos Bíblicos e PersasEstudos Bíblicos e Persas

O Programa de Iniciação Científica (PROIC), também conhecido como Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), é um tradicional programa de incentivo à pesquisa entre graduandos nas instituições de ensino superior públicas e privadas. Bolsas desta modalidade são concedidas desde 1951 pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e atualmente alunos do ensino médio público têm a possibilidade de participar por meio das bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ).


Entre 2013 e 2014, durante a graduação em História na UnB, tive a oportunidade de participar de uma iniciação científica como bolsista do CNPq. Como integrante do Projeto de Estudos Judaico-Helenísticos (PEJ), pesquisei um tema de meter medo em qualquer aluno de graduação, pelo menos à primeira vista: “A raça de Xēšm, o mito das idades do mundo e Alexandre, o Eclesiástico: os problemas de datação no Zand-ῑ Wohuman Yasn”. Traduzindo, trata-se de um estudo na área de iranologia (Estudos Persas) sobre propagandas negativas relacionadas à figura de Alexandre, o Grande, e as questões e dificuldades de datar um texto apocalíptico persa da literatura pahlavi (ou literatura em persa médio).


Nesse período pude conhecer como funciona um grupo de pesquisa; aprender a desenvolver e executar um plano de trabalho; analisar fontes históricas e pesquisar pela bibliografia que me ajudaria a propor algumas respostas aos meus problemas. Foi uma experiência enriquecedora, pois além do desenvolvimento de habilidades de pesquisa precisei estudar línguas e entrar em contato com assuntos que raramente conheceria de outras formas.


Para o final do PROIC preparei um relatório, com o artigo que escrevi durante a pesquisa e fiz o design de um pôster (abaixo) para apresentar no congresso. Até que caprichei no design do pôster, mas não me alertei para fazer um cabeçalho decente, o que foi alvo de questionamento por parte da avaliadora. Não recebi menção honrosa, concedida a trabalhos que se destacam, mas realizei algo que me deixou bem mais motivado: meu artigo foi aceito para publicação na revista Oracula, que foi um importante meio de divulgação de pesquisas na minha área.


Hoje sempre recomendo a graduandos de qualquer área que façam iniciação científica, principalmente àqueles que pretendem seguir carreira acadêmica e trabalhar com pesquisa. A experiência de pesquisa na iniciação científica pode fornecer uma base sólida para a pós-graduação, e tanto o tema que desenvolvi no mestrado quanto ao que me dedico recentemente no doutorado são desdobramentos de questões suscitadas no PROIC.

A iniciação científica tem todo potencial de um programa “iniciador”, onde tudo pode realmente começar. É por isso que precisamos conservar as conquistas nesta área e apoiar medidas de incentivo à pesquisa, inclusive já desde o ensino médio e fundamental. Despertar os jovens para a pesquisa desde cedo muda vidas, além de ser garantia de investimento que terá retorno certo ao país.


Veja como ficou meu pôster:


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© 2023 por Rodrigo Nunes do Nascimento. Todos os direitos reservados.

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